Ao acordar, assim como todos os dias, eu fiz a oração matinal voltada à Meca, assim como Vovô ensinou-me, após a oração eu fui à sala para o desejum, ninguém mais se encontrara na mesa, apenas um velho servo que disse-me:
-Atrasa-se jovem mestre-
-Notei, onde meu vô se encontra?-
-O Mestre saíra antes do amanhecer, disse que à ti tinha algo para dizer, jovem-
Aquilo instigou minha curiosidade e imaginação, será que eu tinha feito algo de mau, será que ele iria punir-me por algo, minha mente tornou-se um mercado de Alexandria com milhões de comerciantes e compradores a gritar. Permaneci perdido em minha imaginação até notar que o velho servo estava a sair, então corri à ele e disse:
-Sabe que horas meu avô chega? Sabe o quê ele tem a me dizer? Sabe onde ele foi? Sabe o que foi fazer? Está me escutando?-
-Acalme-se jovem mestre, seu avô não me disse que horas chegará, já que eu sou o servo e ele não me deve explicações, apenas ocupe sua mente- disse calmamente
-Você não me respondeu tudo!- gritei irritado
-Sim, sim, perdoe essa mente velha, ele foi ao mercado de garanhões árabes-
Permaneci quieto, pensando em um milhão de coisas consecutivas, indo à lua e voltando em questão de segundos, mas fui interrompido pelo velho servo que disse:
-Acalme essa jovem mente, se ela correr demais logo logo se tornará tão velha quanto a minha-
Não respondi ao velho, apenas fiz uma cara de entendiado e sai correndo para o pátio do palácio, escultando apenas ao fundo:´´Doce tenra idade`` e algumas risadas fatigadas, meio de orgulho, meio de tristeza, risadas que me deixaram intrigados.
Ao chegar no pátio deparei-me com 3 corcéis Árabes do avô, dos quais não gastara um centavo, já que recebera de um amigo mercador, após o casamento do filho mais velho do avô com a mais nova do mercador, ao ver os três cavalos um cor da noite, outro branco mármore e outro vermelho sangue, fiquei intrigado vovô comentara sobre 4 garanhões, não 3, procurei o cavalariço mais perto e perguntei:
-Esses são os garanhões do mercador?-
-Sim!-
-Então cadê o quarto?-
-O turco!? está depois do poço de mármore-
Então comecei a andar em direção ao grande poço branco que era uma referencia de direções no grande palácio de meu avô, mas fui interrompido por um puxão no braço e um alerta:
-Garoto, melhor ficar aqui-
-Me larga!- gritei e sai a correr
Ao chegar no poço encontrei um garanhão magro porem forte a relinchar e empinar tentando acertar os cavalariços que o tentavam conter, o animal era selvagem e violento e não deixava ninguém dele se aproximar, porem era belo, belo como o sol que ter ele contra ti em uma batalha lhe tira a vantagem, mas tê-lo contigo lhe da a vitória, com uma pelagem cobre metálica que reluzia ao sol quente daquela época do ano, eu fiquei maravilhado com o cavalo, o Turco, então, sem perceber, comecei a me aproximar passando pelo poço e ficando entre o cavalo e o poço, ficando lá por segundos, ou até mesmo minutos, mas em poucos instantes o garanhão a mi se virara e galopara, me acertando não sei como ou onde, apenas me lembro da tontura, dos gritos e da queda no poço de mármore, que tanto orgulha meu avô.
João Vitor 1*F- ProEMI
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